terça-feira, 23 de novembro de 2010

O que está em sua cabeceira? E em suas mãos?

No momento, estou lendo 4 livros: A vida secreta de uma mãe caótica (Fiona Neill), Leite Derramado (Chico Buarque), Pedagogia Waldorf (Helena Trevisan) e Mentiras no divã (Irvin d. Yalom), além de uns trechos do Código Civil para uma pesquisa que ando fazendo e acabei de ler Fora de mim (Martha Medeiros).

Enfim, talvez isso mostre o quanto eu sou ansiosa, já que não consigo me decidir por nenhum deles e quero ler todos, não consigo acabar um para começar outro. O ruim, de quando estou lendo algo que me interessa, é que não quero fazer mais nada. Não quero fazer comida, não quero dar banho em filho, não quero que o telefone toque, não quero nada. Só quero ler, ler, e ler. Não quero tomar café da manhã com ninguém, porque já quero começar meu dia lendo (é quase sempre assim, mas quando tem um livro interessante na rotina, a coisa fica pior).

Mas fica pior: em que nível está minha loucura, quando fico com dó ao perceber que um livro está perto do fim? Isso acontece, mesmo. Então eu fico lendo um pouquinho, porque não consigo largar o texto, e quanto mais fininho o livro vai ficando, mais eu quero voltar ao início dele...

Quando vou a uma livraria, o que ocorre ao menos uma vez por semana, acaba sendo um misto de emoções. Fico curiosa para ver todas as novidades e ao menos dar uma olhada nas capas e orelhas, quero fuçar aqueles que ainda não chegaram aos mais vendidos, e também, muitas vezes, quero entender a lista dos mais vendidos, sobre o que falam aqueles livros que fazem tanto sucesso. Por outro lado, sempre acabo ficando frustradíssima, pois sei que não tenho tempo para ler tudo aquilo que eu gostaria, e sei que na próxima vez já haverá mais títulos, e nunca darei conta de tudo que me interessa.

E você, o que anda lendo nesse momento? O que está em sua cabeceira, esperando ser aberto? E o que recomenda, a outros leitores?

Imagem de um sebo em Paris

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meme das Antigas

Vi no blog da Liliane Ferrari essa idéia do Max Reinert, um "Meme das Antigas - um inventário de 2010":


"A idéia é blogar (desesperadamente, como se não houvesse amanhã) todos os dias do mês de dezembro (sim, pode agendar os textos com antecedência) com os assuntos que seguem listados abaixo.

A regra principal é blogar todos os dias e, claro, se divertir!!! O tamanho do post fica da necessidade, vontade, estilo, preguiça de cada um... e obviamente, pode ser intercalado com outras publicações dentro da temática de cada participante.

O Meme das Antigas começa no dia 01 de dezembro e vai até o dia 31!!!"

Eu vou participar porque achei bacana a idéia de fazer uma retrospectiva com uma cara de "bota fora coletivo" e tentar expurgar 2010, ao menos em palavras...

Dia 01/12 – Peraí... 2010 tá acabando?

Dia 02/12 – Mas 2010 ainda não acabou, ainda vou tentar...

Dia 03/12 – Meu filme preferido em 2010

Dia 04/12 – Meu site/blog preferido em 2010

Dia 05/12 – Um vídeo do YouTube em 2010

Dia 06/12 – Meu livro favorito em 2010

Dia 07/12 – Meu parceiro/a de 2010

Dia 08/12 – Meu lugar preferido em 2010

Dia 09/12 – Meu show preferido de 2010

Dia 10/12 – Minha música favorita em 2010

Dia 11/12 – Minha compra de 2010

Dia 12/12 – Meu pior dia de 2010

Dia 13/12 – Meu melhor dia de 2010

Dia 14/12 – Em 2010 eu pela primeira vez...

Dia 15/12 – Em 2010 eu pensei em fugir para...

Dia 16/12 – Em 2010 eu tentei...

Dia 17/12 – Em 2010 eu consegui...

Dia 18/12 – Em 2010 tive inveja de...

Dia 19/12 – Em 2010 eu quase...

Dia 20/12 – Em 2010 eu descobri que...

Dia 21/12 – Em 2010 eu quis matar...

Dia 22/12 – E o troféu vergonha alheia de 2010 vai para...

Dia 23/12 – E o troféu me mata de orgulho de 2010 vai para...

Dia 24/12 – Meu momento "Eu sou Ryka" em 2010 foi...

Dia 25/12 – Meu momento "Heleninha Roitman" em 2010 foi...

Dia 26/12 – Meu momento "Paola Bracho" em 2010 foi...

Dia 27/12 – Meu momento "Carla Perez" em 2010 foi...

Dia 28/12 – O problema de 2010 foi...

Dia 29/12 – O bom de 2010 foi...

Dia 30/12 – Uma foto minha em 2010

Dia 31/12 – E 2011?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Onde você guarda seu preconceito?

Há épocas em que tantos assuntos acontecem... É claro que você sabe tudo sobre o caso "Mayara Petruso". Muito se falou sobre isso, todos indignados com a postura da moça. Mas alguém lembrou dos próprios preconceitos?

Todos temos os nossos. Eu, infelizmente, não posso negar que ainda os tenho. Iluminado aquele que não tem nenhum, ainda não conheci ninguém assim. Lembro-me de uma campanha do MPF que perguntava "Onde você guarda seu preconceito?". As respostas eram as mais variadas, mas no final a campanha dizia algo assim: "Não guarde seu preconceito em lugar nenhum. Faça melhor: não o tenha!".

Aquele tapa na cara. Foi assim que senti, na primeira vez em que vi a campanha.

O preconceito que a estudante demonstrou foi tão absurdo, de uma ignorância tão brutal, que deixou todos indignados, apesar de haver uma parcela que ainda defende a opinião dela (tal como "Movimento São Paulo para paulistas").

Tenho meus preconceitos, e quero lutar contra eles. Garanto que meu preconceito não é como o da moça em questão, nem os demonstro por aí. Em resposta à propaganda, diria que guardo meus preconceitos dentro da minha cabeça, e tento nunca tirá-los de lá. Até porque hoje tenho a responsabilidade de criar uma pessoa, e gostaria muito de não transmitir isso para ele.

Muitas vezes não se tem preconceito contra a origem de alguém, mas com sua profissão, suas roupas, local onde mora, ou por seu comportamento.

E li muitas críticas também pelo fato dela ser uma estudante de Direito. Como advogada (que não exerce mas paga OAB), já ouvi coisas terríveis de amigos, tal como "advogado não presta, advogado é um horror" e até um "de jeito nenhum quero que meu filho seja advogado".

Que ótimo seria para o mundo se os que não têm caráter fossem instados a uma profissão exclusiva. Infelizmente, não é assim. Há canalhas médicos, jornalistas, professores, atletas, enfim, muitas vezes são advogados também, mas infelizmente, não são apenas.

Enfim, péssimo que a moça seja uma estudante de Direito, mas pior ainda é ela, como ser humano mais esclarecido que deveria ser, por ter certa formação cultural, sentir e demonstrar algo tão grotesco.

Mas fiquemos com o bom de tudo isso: as pessoas se indignaram, virou assunto, e ainda nos choca alguém pensar assim.

Eu, como disse, continuarei lutando contra os meus. E você, está livre de preconceitos? Não julga ninguém, antes de conhecê-lo de verdade? Está livre de julgar apenas pelo que é mostrado, tal como uma roupa, um carro ou uma profissão?

Vamos tentar não esconder mais nossos preconceitos, em lugar nenhum?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

É apenas mais um dia

O que fazer quando se foge de uma verdade que está dentro da gente? Como obter êxito nessa fuga? Há coisas que não podemos contar aos outros, de forma pública. Há coisas que até podemos contar para alguma pessoa mais especial e que entenderá o que você está a dizer. Mas há coisas que não deveríamos nem pensar. Mas pensamos. E por mais que se tente fugir dos pensamentos, eles não fogem da gente.

Tudo isso pode parecer um grande enigma, mas você nunca passou por isso? Tudo está bem, tudo está harmonioso, não há nenhuma grande tragédia, polêmica ou drama. E, principalmente, eu não estou sob a influência dos terríveis hormônios m(e)onstruosos.

Por que eu questiono tanto, tudo que passa por mim? Eu não poderia ser alguém mais acomodada, mais serena, ao menos em pensamentos? Essa inquietude já me levou a muitos lugares, mas também já me tirou muitas outras coisas.

Hoje não há certezas. Apenas mais questionamentos. Mas amanhã passa. Eu sei que passa. Até a próxima.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que faltou para você?

Passada a eleição e independente do resultado, para mim o mais difícil foi acompanhar os programas, e ver as propostas dos candidatos. Por várias razões: no segundo turno, nenhum deles tinha carisma. Eu não conseguia ouvi-los sem perceber que aquele discurso era editado, por marqueteiros. Em alguns momentos, os discursos poderiam ser trocados, e ninguém acharia estranho, porque atualmente eles falam aquilo que, dizem, a massa gostaria de ouvir. Não se vê espontaneidade, ou alguém discursando algo em que realmente acredite.

Além disso, as propagandas usavam seu tempo muito mais para atacar o outro do que para defender idéias próprias. Também ouvi de muitas pessoas: votarei em um mas na verdade o voto será contra o outro, ou votarei no "menos pior".

Via (ilusioriamente) nessa eleição de piores candidatos possíveis uma chance de mostrarmos que não era isso que queríamos, e elegermos pessoas sérias e interessadas em fazer política pública. Uma alemã que mora há 1 ano no Brasil disse-me "que bom que aqui qualquer um pode se candidatar, isso é saudável". Sim, bom que (quase) qualquer um possa se candidatar, triste são alguns dos que se elegem, como atores/cantores sem nenhuma intenção pública na carreira.

Sempre gostei muito de política, e gostaria de ver mais pessoas interessadas. Claro que a decepção é grande, mas como mudar se o nosso discurso continua sendo igual, e sem atitude? Outro dia ouvi a expressão "revolta inerte", e é assim mesmo que nós agimos (eu incluída). Nos revoltamos, reclamamos, mas não saímos do sofá ou da cadeira do bar.

Tomara que a popularidade de alguns formadores de opinião preocupados com política traduza-se em pessoas mais interessadas e cientes de que não podemos simplesmente continuarmos reclamando, mas inertes. Mesmo que seja pela internet, que nos engajemos mais nas opiniões e nas informações.

Vai até uma dica de leitura, do Mário Sérgio Cortella (sou muito fã dele!):


 
E você, o que achou das campanhas?