Olha, vou te contar: nessas últimas semanas, a vida por aqui anda boa, mas nada fácil.
Ando muito desastrada, mais do que o normal. Não consigo manter um objeto em minhas mãos por cinco minutos. Elas estão furadas, ou como diria minha avó, ando dormindo com elas no "bumbum". Um fato: meus óculos foram parar dentro da privada, após o xixi...
Parece que meu cérebro está em modo slow, e sempre primei pela minha memória e organização. Esqueço de comprar o lanche da escola, esqueço sapatos pelos lugares (no plural mesmo), esqueço de dar recados importantes e urgentes. Só não esqueci ninguém pelo caminho, ainda. Mas aviso que isso ainda pode acontecer!
Fico horas a fio acordada, de madrugada (como agora, 3:40), e outras mais querendo (mas não podendo) dormir, durante o dia.
Ando tão nervosa, tão irritada, tão no limite, que tenho até saudades das minhas TPMs. Chorei com uma reportagem sobre a ciclofaixa em SP e surto com detalhes que até me envergonharia de confessar...
Meu estômago anda alternando entre três estados básicos: um buraco como se nunca tivesse comido na vida; um enjôo como se tivesse comido o mundo (e por isso preciso colocá-lo para fora); uma azia que me dá a certeza que engoli um dragão sem perceber, e ele está em plena atividade. Que saudades de uma relação normal entre meu corpo e meu aparelho digestivo...minha boca, em alguns momentos, deve ter mais água que uma piscina de clube.
Tudo isso deve se explicar pelo fato de eu estar grávida, certo?
Mas vou falar a realidade para vocês: nesse momento, só consigo pensar na gravidez como um processo ruim para chegar ao amado produto final (a Elisa me faz acreditar que não estou sozinha nessa). Não posso pular essa fase?
Nada de me sentir plena, cabelos e peles maravilhosos, momento mágico. Dá pra começar a gravidez depois dos enjôos e terminá-la antes de não ter mais posição pra dormir? Não? Não inventaram isso ainda? Então, sigo com um mantra: vai valer a pena, vai valer a pena, vai valer a pena. Eu já sei que vai.