quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Festa de Natal

Hoje o post é da Convidada Ana Carolina! O perfil de todas As Convidadas você vê aqui.

Em 23 de novembro eu e minha família participamos de uma festa de Natal para crianças num lugar muito especial. 

Antes, eu até poderia achar que seriam "crianças carentes",  mas carência acaba sendo algo muito relativo. Ainda se usa essa expressão ou estaria sendo politicamente incorreto falar isso? O que posso dizer é que, materialmente, a situação que encontrei não é  nem de perto o que convencionamos  chamar de confortável.

E foi uma experiencia incrível para toda a família! Saímos da nossa "bolha" para conhecer um pouco da realidade de muita gente e empatia sempre faz bem.

Minha querida amiga Malu Ramos - uma das voluntárias e tia de uma amiga do meu filho - publicou no facebook um pedido para os amigos apadrinharem crianças doando um brinquedo.  Vi e de imediato quis participar! Mas o melhor é que fomos convidados a participar da festa e como adoramos festas, lá fomos nós!

Eu, meu marido, meus filhos Helena (10 anos) e Heitor (6 anos); a amiga  do Heitor, Isabela (6 anos) e sua mãe, Maria Regina, e a Malu,  claro, que foi quem começou o movimento! 

A ansiedade das crianças era tão grande que nem se importaram em acordar cedo em pleno domingo!

Das diversas abordagens  que poderiam ser feitas sobre essa festa de natal, destacarei a que me chamou mais atenção: criança é criança em qualquer situação e são mesmo todas iguais! 

Helena, Heitor e Isa eram crianças como todas as que estavam lá, independentemente de origem, CEP, escola... Show de mágico, comidinhas, Papai Noel e presentes têm o mesmo significado e encantamento pra qualquer um, seja em um buffet infantil ou  num centro comunitário para crianças e jovens!

Foi  demais ver "nossas" crianças à vontade, totalmente livre de qualquer pré-conceito, brincando, interagindo e felizes ajudando a entregar os presentes para os apadrinhados.

Nossa intenção era mostrar a realidade de crianças que têm tão pouco ou quase nada em termos materiais e até mesmo afetivos, e com isso elas percebessem o quanto são felizes, queridas e abençoadas.

Depois, em casa, conversei com meus filhos sobre isso, queria entender qual foi a percepção deles... Helena, solidária, ficou sensibilizada. Heitor achou "legal tudo" e, sinceramente acredito que nem notou qualquer diferença relevante para ele! Coração puro, o que importava era brincar e se divertir...e assim foi, simples!

Malu, nossos parabéns pelo trabalho tão incrível e  muito obrigada pela oportunidade que nos deu!






Ana Carolina, casada, mãe em tempo integral, mulher em busca de um recomeço...
Quer falar comigo? http://www.facebook.com/anacarolina.secklerhassenpflug ou anacarolsh@hotmail.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O aborto e uma opinião #precisamosFALARsobreABORTO

Uma amiga sugeriu: por que não escreve sobre aborto? Tema atual, e totalmente feminino, apesar de ter virado tema de eleição. Segui sua sugestão.

É claro que sou totalmente a favor da descriminalização do aborto. Se sou a favor do aborto, isso é outra história.

Não consigo entender a polêmica eleitoral em torno do assunto, apesar de saber que o objetivo é seduzir as mentes mais obscuras, apenas isso. A descriminalização é necessária, os dados de mulheres mortas em decorrência de abortos mal feitos mostram isso. E temos visto que o aborto ser crime não impede as mulheres de fazê-lo. O problema, por não estar legalizado, são as condições em que mulheres desfavorecidas (financeiramente) o praticam.

Absurdo pensar que a descriminalização fará alguém praticar algo que não quer, isso não existe. É bem óbvio, mas se o uso da cocaína fosse legalizado, você a utilizaria? E não ser legalizado traduz-se em abstinência?

Marqueteiros tentarem vender a idéia que ser a favor do aborto é ser contra a vida não faz sentido, se questionarmos um pouco mais os detalhes em torno disso. A decisão de abortar ou não é única e exclusivamente da mulher, e de seu companheiro, se houver um. Uma religião – seja ela qual for – não pode simplesmente ditar decisões tão íntimas.

Sou mãe, tenho religião e nunca fiz um aborto, mas isso porque nunca fiquei grávida antes da “hora certa”. Quando engravidei, senti-me preparada para ser mãe, apesar de nunca acharmos que somos boas o suficiente, como mães. Mas esse é outro assunto.

E se eu tivesse engravidado num momento em que não poderia, ou de alguém que não se comprometesse a ser pai? Enfim, são tantas as nuances na vida de uma mulher que fazem decidi-la sobre levar ou não uma gravidez adiante, que para mim, e tenho certeza, para muitas mulheres, não faz nenhum sentido ver um assunto desses explorado por marqueteiros eleitorais.

Isso não é campanha eleitoral, para nenhum dos candidatos. É apenas a opinião de uma mulher, que gostaria de ver respeitadas as individualidades e os direitos de cada cidadão, seja qual o partido que nos governe.

E você, o que acha sobre isso?

Escrevi e publiquei o texto acima em Outubro/2010, mas agora, Novembro/2014, a TPM lançou a campanha #precisamosfalarsobreaborto e acredito que vale a pena colocar o assunto na roda, sempre! Desde que escrevi esse texto a vida andou, claro. Tive mais um filho. Agora sou mãe de dois. Publiquei mais dois posts sobre o assunto e mais mulheres morreram por tomar essa decisão. Eu continuo não concordando com isso.  Os candidatos com chances de serem eleitos, nas eleições de 2014, continuaram não querendo falar sobre isso.  Não tenho mais uma religião, agora o que tenho é muita fé. Religiões definitivamente não servem para mim.