Hoje o post é da Convidada Ana Carolina! O perfil de todas As Convidadas você vê aqui.
Quando eu me preparava para escrever um texto sobre as férias escolares nosso gatinho, que já estava doente, morreu. E como contar isso para as crianças?
Minhas crianças com Led e Meg |
Parece clichê, mas o Led era mesmo um membro da nossa família. Nos seus últimos momentos me vi em uma das cenas finais de "Marley & eu", quando a personagem de Jennifer Aniston diz que Marley foi o início da família. A minha família também começou assim, há quase 15 anos.
O Led foi diagnosticado com um osteosarcoma (câncer) na face no dia 10/06/13 e faleceu no dia 13/01/14. Foram 7 meses de tratamento oncológico, dedicação e esperança apesar de ser considerado um tumor muito agressivo. E as crianças? Como falar da doença e prepará-los para perda do Led? A decisão foi não esconder nada deles e participá-los, sempre que possível, do tratamento e da evolução da doença. Nesse período o Led era rei, podia tudo, recebia muito mais carinho e as crianças sempre estava com ele.
No veterinário, a despedida |
Ele sempre reagiu muito bem ao tratamento, mas, em uma manhã de sábado, com uma crise de dor aguda, foi internado, precisou de oxigênio, teve uma convulsão na noite de domingo, entrou em estado comatoso e na segunda faleceu. Foi tudo muito rápido. No domingo levamos as crianças para vê-lo, não queria admitir, mas já imaginava que era uma despedida... de noite, em casa, nos reunimos e rezamos pedindo à São Francisco que cuidasse bem dele e que acontecesse o que fosse melhor para ele. Já estávamos preparando as crianças para o pior.
Na segunda feira, antes da eutanásia, pedimos para o Heitor (meu caçula de 5 anos) um dos seus cobertorzinhos dizendo que o Led precisava dele porque estava com frio (na verdade, foi usado para enterrá-lo) e ele disse: "claro né, mãe!". O corpinho dele foi enterrado na mata ao lado da casa da minha irmã onde estão todos os animais da família, o que nos conforta, pois estão todos juntos, perto de nós, e as crianças podem "visitá-los" quando quiserem.
Depois de enterrá-lo, voltamos pra casa, era hora de falar com as crianças. A verdade foi dita. O Led estava muito doente, sentia muita dor, nem conseguia ficar mais em pé.... não voltaria mais para casa, havia morrido e teríamos mais uma estrelinha no céu. Eles choraram muito, muito mesmo.... falamos que eles poderiam chorar o quanto quisessem e sempre que tiverem vontade, que a saudade, o amor e as boas lembranças sempre vão existir. Nessa noite dormimos com as crianças... eu e a Helena (minha filha de 9 anos) acordamos chorando, juntas.
No dia seguinte, tive a ideia de cada um da família escrever um recadinho para o Led na lousa que as crianças brincam de escolinha e virá-la para o céu para o Led poder ver. Acho que isso acalmou o nosso coração (e só apagaram a mensagem para brincar depois de um mês e com muita insistência minha).
Agora nossa atenção é toda para a nossa outra gatinha, a Meg, que também está sentindo muita falta do seu companheiro. A saudade é muito grande e sempre existirá, mas não é maior que o amor que sentimos por ele.
Ana Carolina, casada, mãe em tempo integral, mulher em busca de um recomeço...
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