quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Podemos mudar alguma coisa?

Voltando ao papo sobre os preços, sei que hoje já poderíamos cobrar mais pelas peças, afinal fazemos roupas realmente exclusivas, customizadas, cada peça realmente é única. Sempre quis fazer algo que não fosse uniforme, é bacana ter algo só seu.

Sempre gostei de fazer coleções (papel de carta, borracha, até de grafite colorido...), e ter uma coleção de roupas diferentes e bacanas é tudo de bom.

Também sei que há coisas para as quais não é possível se colocar um preço fechado, e uma delas é o valor da criação, o valor do tempo que a gente usa fazendo aquilo, que não é apenas mão de obra, é um valor "artístico", no termo em que cada um põe nele o preço que quiser.

Mas se o estilista da marca é valorizado, por que não sua costureira, que põe a mão na massa e materializa o seu sonho?

Eu não quero sair pregando por aí, não é minha idéia, e não foi por isso que comecei a fazer roupas com minha sócia. Mas ao começar a me envolver com o negócio, isso me inquietou.

Eu já disse isso por aqui que queria mudar o mundo, por isso fui fazer Direito e trabalhar no Ministério Público era o sonho dourado. Mas infelizmente não me senti capaz o suficiente para agir nesse sentido.

Então, se eu conseguir que ao menos algumas pessoas comecem a consumir de forma mais ética, sabendo como o produto chegou até ali, já ficarei um pouco feliz.

Ainda no Direito, um amigo e eu escrevemos um artigo sobre trabalho escravo. A idéia era que a competência para julgamento desse tipo de crime fosse federal, para que não houvesse tanta intercorrência política nos processos, quando na esfera estadual. Nossa, papo seríssimo agora...

Saí do mundo jurídico, mas o trabalho escravo ainda mexe comigo, e deveria indignar todos aqueles que conheço, assim espero. E aqui não me refiro a trabalho escravo sendo apenas aqueles coitados amarrados, mas também pessoas que trabalham sem a mínima condição humana para tal.

Será que não somos suficientes para mudar um pouquinho o mercado?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Requeijão Aviação e otras cositas más...

Não posso deixar de dizer que a pedagogia Waldorf também têm me posto a pensar nesse sentido: consumo consciente.

Vamos a um exemplo básico: se eu pago R$3,88 no Requeijão Aviação no Walmart, por que pagar R$4,39 no mesmo Requeijão Aviação no Pão de Açúcar? Ah, é claro: no Pão de Açúcar tem música ambiente bacana, o requeijão convive lá com manteigas importadas, queijos maravilhosos ao lado, enfim, pagamos o preço de tudo aquilo, certo? E vejam só: eu sou cliente do Pão de Açúcar, consumo bastante lá, acumulo pontos e tudo, mas só concordo em pagar por coisas que não acho em outros locais, tais como os pães orgânicos (maravilhosos!), frutinhas desidratadas, doce de leite argentino...

Será que a caixa, o estoquista e o repositor do Pão ganham mais que seus equivalentes no Walmart? É de se pensar, porque se for assim, aí tudo bem...

Quando comecei a vender nossas roupas, havia um questionamento: será que vender barato (tipo R$30 uma camiseta) deprecia a peça? A roupa será desvalorizada por ter um preço muito acessível?

Ou ainda pior: será que as pessoas vão achar que é uma porcaria só porque não custa uma pequena fortuna?

Ao último post, alguns me responderam com a seguinte idéia principal: o que custa é o aluguel, são os impostos, o cafezinho, o ar condicionado, etc. Concordo, realmente tudo isso tem um custo, muitos dos quais eu ainda não tenho.

Uma outra resposta me esclareceu bastante também, um pouco mais filosófica: "o preço se faz por quem paga e não por quem faz (o produto)". É pura verdade! Pois tem gente disposta a pagar muito dinheiro por uma coisa que nem questiona quanto custou.

Também me disseram: e quando a marca "ganhar" uma loja, ou os custos aumentarem, e a peça tiver que ser vendida mais cara, como fica esse discurso? Eu digo o seguinte: o preço vai aumentar de maneira proporcional, e se eu ganhar, pode ter certeza, todo mundo que está comigo ganhou também.

Gostaria de mostrar para as pessoas que é possível pagar um preço justo pelas coisas, e que todos entendessem que não é só o caro que é bom. Na verdade, o caro normalmente é bom mesmo, mas o bom não precisa ser exageradamente caro, e podemos fazer um ajuste nas relações de consumo, baseados apenas em um item: ética!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

É demais!

Moby "Why does my heart feel so bad"...vá lá e mesmo que não goste da música, o vídeo é ÓTIMO!

http://www.youtube.com/watch?v=fqLvbpcsPj4

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Quanto vale?

Tenho visto muitos editoriais de moda, com seus preços anexados, e não consigo deixar de me chocar...por que uma blusinha, básica, custa quase um salário mínimo?

Essa questão tem ocupado muito a minha cabeça, na verdade sempre ocupou, mas desde que resolvi fazer e vender roupas, e me envolver com todo o trabalho que isso envolve, penso nisso ainda mais.

Quando, antes de eu decidir trabalhar com minha sócia, ela me dizia que não conseguia comprar roupas porque achava tudo caro demais (entendam, não é que seja apenas caro, é a supervalorização de um produto numa cadeia em que apenas um ganha demais), eu não a questionava, mas hoje realmente a entendo e me choco ao ver certos preços em certas marcas.

É claro que já entendi que certas pessoas fazem questão de pagar muito caro por algo, parece que a graça é essa mesma. Mas será que essa crise toda, essa nova idéia de planeta e de sustentabilidade, não fez as pessoas também repensarem no valor da grana?

Entendam: eu não discordo de pagar um preço justo por algo que valha. Mas vejam só: justo é justo. Minha sócia receber R$2,50 por um vestido que foi para a vitrine por R$180 (fato verídico), e isso não faz uma década, me faz pensar muito em quem ganha tanto, e quem explora tanto.

Se vamos pagar caro por algo, então temos que ao menos nos certificar que todo mundo na produção daquela peça também está ganhando.

Ainda falarei mais sobre isso, mas como os posts têm que ser curtos para vocês não desistirem da leitura, vou ficando por aqui.

Se vocês que me lêem puderem dar opinião sobre isso, ficarei feliz em entender as diversas cabeças consumidoras por aí...

sábado, 3 de outubro de 2009

Essa é boa demais!

Para não perder a oportunidade, uma música bem boa para ouvir nesse sabadão: Kings of Leon, Sex on fire.

Espero que todos conheçam, mas se não, vejam o vídeo que a música meio que gruda na cabeça da gente...mas não de um jeito ruim, ok?

http://www.youtube.com/watch?v=HHhhcKxflMY

Será que passou a correria?

Bem, agora que já comemoramos o aniversário do filho, deu para dar uma respirada...Essa semana foi ainda corrida, na 5ª eu ainda achava que era 3ª, então nem vi os dias passarem direito.

Mas a 3ª foi um dia ótimo, eu e minha sócia fomos comprar tecidos no Bom Retiro, cheguei em casa tardíssimo, e acho que se pudesse, teria passado a madrugada inventando moda (literalmente). O mais bacana foi poder comprar os tecidos e aviamentos e outras coisitas para a nossa marca com a grana que já conseguimos das primeiras peças. Por enquanto nada de dinheiro no nosso bolso, mas estamos reinvestindo tudo, e isso é ótimo. Só de não perdermos dinheiro, já está muito bom. E outra: eu li umas dicas do Carlos Slim (magnata mexicano), que diz que a grana da empresa deve voltar para a empresa, porque na mão da gente evapora. Se ele está dizendo, não podemos desperdiçar uma dica dessas, né?

Eu fiquei encantadíssima com aquele lugar cheio de tecidos, cores, tramas, mil e uma idéias e possibilidades para inventar...queria comprar tudo que era tecido, mas minha sócia, mais experiente, segurou um pouco minha onda para não nos perdermos...ainda bem, nosso casamento realmente tem tudo para dar certo!

É isso então, agora continuamos na correria, mas uma correria boa demais, até viciante...espero conseguir escrever com mais freqüência, até!!!