sexta-feira, 30 de abril de 2010

O universo DIY

Como tantas outras mil mulheres que conheço, adoro uma papelaria, amo bolinhas, listrinhas, toy art, e apesar de não ter mais idade para isso, ainda uso acessórios cute (como galochas coloridas, melissas e outras coisitas)...

Desde o ano passado, quando comecei a ir em armarinhos e tais, começou a florescer em mim um lado artesanal que até então desconhecia. Devo confessar que um ano antes uma super amiga tinha me ensinado a arte do ponto cruz, e fiquei orgulhosíssima de conseguir fazer coisas seguindo um passo-a-passo, mas achei que funcionava mais como um prozaquezinho homeopático.

Depois do pessoal Waldorf que passei a ter mais próximo, comecei a me encantar com o universo DIY (do it yourself, para quem nunca ouviu falar nessa expressão, assim como eu há cerca de 6 meses) e a me questionar: será que eu também conseguiria criar coisinhas tão lindinhas? Será que há esse ser tão meigo dentro de mim?

Estou naquela fase empolgadíssima, imaginando mil coisas, e tentando entender como eu poderia concretizá-las. Acabei de ganhar uma super máquina de costura (a melhor que uma senhôra como eu possa ter em casa) e já me imagino customizando e criando milhões de coisas. Já furei a mão mil vezes, sou toda desajeitada, os carretéis escapam e rolam pela casa, colei coisas que não devia, mas continuo animada, porque ignorantemente penso: "o começo é assim mesmo..."

Essa semana fui a um armarinho recomendado por amigas e surtei, queria até comprar coisas que eu nem imagino para que servem. Mas acabei me empolgando com a idéia de fazer um patchwork de caminhão numa camiseta, e agora estou trabalhando nisso. Apesar de todos os defeitos de um trabalho amador, olho para ele e chego até a babar...(é claro que no futuro pensarei "nossa, como eu tive coragem de chamar isso de patchwork???"). Quando eu conseguir terminá-lo, posto uma foto para vocês verem que sim, é possível alguém que nem sabia pegar numa tesoura direito tornar-se uma pessoa prendada!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Só adolescente pode?

Quando foi a última vez que você beijou na boca? Selinho não vale!

Outro dia, passei por um casal adolescente que se beijava como se o mundo fosse acabar logo ali. Ai que saudade, que inveja, que delícia...

Depois que a gente casa os beijos compridos viram selinhos de oi e tchau (acredito que falo pela maioria das pessoas - ao menos uma enquete rápida com alguns conhecidos me deu essa estatística).  É claro que nem teria graça você pegar seu companheiro/a  no meio do corredor dos produtos de limpeza, em pleno mercado, e começar aquela agarração. Amassos em público estão mesmo reservados à nossa adolescência.

Mas a mesma enquete também mostrou que sim, todos sentimos falta de beijar na boca engolindo o outro. Faz parte de se sentir desejado, amado, de demonstrar que ainda é bom estar ali com aquela pessoa. Arrisco até a dizer que lembra a gente que ainda há vida dentro de nós, que ainda temos emoções que nos alteram os batimentos cardíacos além daquela raiva que passamos no trânsito.

Será que não seríamos todos mais felizes, menos carrancudos e impacientes, com alguns beijos na boca de verdade, no meio de nossa rotina? Para mim, é como um antidepressivo com efeitos colaterais quase milagrosos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Obrigação de ser feliz

No começo, resisti. Não queria admitir que precisava de você, e tinha medo do que isso poderia me causar. Mas os conselhos me fizeram ceder. No começo não senti nenhuma mudança, mas depois as alterações eram visíveis. Parecia apaixonada. Os olhos brilhavam, ria por qualquer coisa, tinha ânimo para tudo, nunca mais ficava ou me sentia triste, chorar então foi algo que fiquei meses sem fazer.

Por sua causa, até minhas manias se abrandaram. Deixei de ser tão organizada, metódica, e ouvi até reclamações por conta disso. Para minha surpresa, minhas maniazinhas não são tão detestáveis.

Mas aí, passou o tempo, e aquela euforia também se foi. Não sei se o cotidiano ficou mais pesado, ou se me acostumei a você. De repente, quis te largar, como um teste. Larguei, foi ruim, fiquei mal, então voltei. Mas passou um tempo, resolvi te largar de novo, e dessa vez era pra valer.

E assim, adeus Prozac. Agora não quero mais, mesmo!

Resolvi que quero ser eu mesma, sem aditivos químicos. Se eu não produzo serotonina suficiente, vou descobri-la em outro lugar. Ou ficar sem, mesmo. Tem dias que a gente está mais feliz, tem dias que são pesados. Não dá para ser feliz o tempo todo, por mais que o nosso tempo exija isso. Toma-se Prozac para tudo, não podemos ter os baixos, só os altos.

Mas eu sou assim, feita de muitos altos e baixos, e resolvi me assumir assim, irregular. Há muitas dentro de mim. Entre elas, aquela que se entristece e desanima, e não quero fazê-la sumir com uma cápsula toda manhã.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Re-começar

Após quase 1 mês sem escrever, volto aqui com a idéia de tentar, ao menos uma vez por semana, escrever sobre algo. Como eu adoraria ser cronista de um veículo de comunicação, serei minha própria cronista, sem salário, é claro, mas minha recompensa será o prazer de escrever semanalmente.

Contardo Calligaris disse uma vez que o bacana de ter se tornado cronista era, toda semana, ficar atento a algo que lhe acontecesse, especial o suficiente para virar tema. Achei isso bárbaro, porque condiz com a idéia de não passar batido pelos dias e pela vida. Armando Nogueira também criou uma frase ótima sobre o tempo: “Bem que a vida poderia imitar o basquete, só valeria o tempo intensamente vivido, na ação ou na contemplação; o tempo consumido no sono e na melancolia não deveria ser contado… e eu estaria hoje na flor da idade”.

Preciso dizer que neste mês encerrei minhas atividades como sócia de uma "miniconfecção" que tive com minha cunhada. E não foi o fim da amizade que determinou o da sociedade, ao contrário; agora ele segue numa trilha, eu em outra, ainda amigas. E o melhor: não só encerramos sem dívidas, como ainda tinha um pequeno $$ para dividirmos. Enquanto durou, foi muito legal.

Não é fácil encerrar uma história. Mas resolvi fazer isso num momento bom, em que estávamos bem, para que cada uma pudesse seguir seu caminho livremente. Sinto falta de comprar e riscar os tecidos, de falar com a mulherada sobre as novidades, de mostrar as peças que acabaram de sair do forno. Realmente era bacana tudo isso.

Mas hoje tenho outras prioridades, sendo o meu filho a mais importante, e não tinha como me dedicar a um emprego de verdade dessa forma. Quer dizer, não com aquela idéia de dedicação total, que é normalmente como faço as coisas. Quando faço algo, preciso me entregar totalmente, estar apaixonada por aquilo. Feliz ou infelizmente, não sei fazer de outro jeito.

Esse idealismo todo, que tantas vezes já me tirou de outros caminhos, não sei se mais me prejudica ou me ajuda. Eu poderia "ir levando", mas realmente não consigo, a angústia fica maior que o suportável. E já tem outras coisas que eu "vou levando", coisas que realmente não consigo fazer do meu jeito.

Mas preciso registrar que isso não significa que desisti das roupas, de maneira alguma! Em breve contarei meus próximos passos...