quarta-feira, 7 de abril de 2010

Re-começar

Após quase 1 mês sem escrever, volto aqui com a idéia de tentar, ao menos uma vez por semana, escrever sobre algo. Como eu adoraria ser cronista de um veículo de comunicação, serei minha própria cronista, sem salário, é claro, mas minha recompensa será o prazer de escrever semanalmente.

Contardo Calligaris disse uma vez que o bacana de ter se tornado cronista era, toda semana, ficar atento a algo que lhe acontecesse, especial o suficiente para virar tema. Achei isso bárbaro, porque condiz com a idéia de não passar batido pelos dias e pela vida. Armando Nogueira também criou uma frase ótima sobre o tempo: “Bem que a vida poderia imitar o basquete, só valeria o tempo intensamente vivido, na ação ou na contemplação; o tempo consumido no sono e na melancolia não deveria ser contado… e eu estaria hoje na flor da idade”.

Preciso dizer que neste mês encerrei minhas atividades como sócia de uma "miniconfecção" que tive com minha cunhada. E não foi o fim da amizade que determinou o da sociedade, ao contrário; agora ele segue numa trilha, eu em outra, ainda amigas. E o melhor: não só encerramos sem dívidas, como ainda tinha um pequeno $$ para dividirmos. Enquanto durou, foi muito legal.

Não é fácil encerrar uma história. Mas resolvi fazer isso num momento bom, em que estávamos bem, para que cada uma pudesse seguir seu caminho livremente. Sinto falta de comprar e riscar os tecidos, de falar com a mulherada sobre as novidades, de mostrar as peças que acabaram de sair do forno. Realmente era bacana tudo isso.

Mas hoje tenho outras prioridades, sendo o meu filho a mais importante, e não tinha como me dedicar a um emprego de verdade dessa forma. Quer dizer, não com aquela idéia de dedicação total, que é normalmente como faço as coisas. Quando faço algo, preciso me entregar totalmente, estar apaixonada por aquilo. Feliz ou infelizmente, não sei fazer de outro jeito.

Esse idealismo todo, que tantas vezes já me tirou de outros caminhos, não sei se mais me prejudica ou me ajuda. Eu poderia "ir levando", mas realmente não consigo, a angústia fica maior que o suportável. E já tem outras coisas que eu "vou levando", coisas que realmente não consigo fazer do meu jeito.

Mas preciso registrar que isso não significa que desisti das roupas, de maneira alguma! Em breve contarei meus próximos passos...

Um comentário:

  1. Muitas vezes quando encerramos algum capítulo da nossa estória,a pergunta que nos assalta é: será que errei em algum trajeto desse caminho que eu mesma comecei? Errar, erramos sempre porque estamos vivendo, e começar e re-começar faz parte e nesse ritmo temos mesmo é que aproveitar o que de melhor ficou das experiências que buscamos. Eu me permito citar uma cronista que admiro muito pelas coisas que ela escreve.Simples.Diretas.Fáceis de entender. Martha Medeiros diz sobre os excluídos, e é muitas vezes como nos sentimos sem razão, porque a culpa mostra sua cara e nos deixa na angústia de que poderia ter dado certo. E quem disse que não deu? Não estamos fora de combate, apenas resolvemos mudar algum rumo da nossa trajetória e temos o direito a isso. Queremos picaretas para abrirmos novos caminhos e se não fizermos isso é que nos sentiremos angustiados. Ter tentado sempre valerá. No seu caso, não foi só a tentativa. Voces colocaram em prática um projeto, trabalharam nele e foram felizes enquanto durou. Isso é muito importante. Como diria a cronista: " A boa notícia: você não é um sem-trabalho, sem-estudo e sem comida. Essa sua exclusão é temporária e não fatal". Sem paixão não há nada a ser feito, e já nos basta o que realmente temos que empurrar com a barriga por outras circunstâncias. Novo ânimo, nova força, novos projetos, e logo você estará atualizando sua carteirinha de "paixão pelo que faço". O clube dos que querem vencer sempre seguirá de portas abertas. Seu filho, seu maior motivo. Sua vida, seu caminho, você é e deverá ser sempre sua grande inspiração não só para novas cronicas como para re-iniciar novas etapas! Sucesso sempre, querida. Estamos sempre na torcida e queremos ve-la muito mais feliz ainda!

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