quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mãe não pode ficar doente

Quando engravidamos, nos preparamos para muitas coisas: enxoval, quarto, fraldas. Mas ninguém nos diz que um dia o filho pode ficar doente. Claro, ninguém quer ser portador de má notícia, principalmente quando tudo à volta deve ser motivo para celebração.

Mas quando meu filho mais novo tinha 20 dias, em pleno Natal, o mais velho teve que ser internado, por causa de uma infecção, e por lá ficou até o dia 30 de Dezembro. Foi difícil demais, pois eu queria estar com ele e não podia, e quando estava - os 40 minutos que conseguia, diariamente - me preocupava com o bebê.

Aí tudo melhorou, graças a Deus ele saiu e eu fiquei passada por muito tempo.

Seis meses depois, nesse último Junho, uma virose que atacou muita gente chegou aqui em casa, e pegou todos nós: mãe, pai, filho, bebê. E depois de 6 idas aos PS, uma pneumonia obrigou a médica a internar meu bebê, com apenas 6 meses, e nós ficamos lá por 6 dias, em isolamento, pois não sabiam exatamente o que tinha nos deixado daquele jeito.

Então eu fiquei pensando que mãe não pode ficar doente, pois mesmo com febrão, eu tinha que estar ali, inteira, pra cuidar do meu bebê. Mas também pensava que não era certo criança ficar tão doente, e internada, e que as mães que suportam hospitais, PS, UTIs, são heroínas, de verdade. Porque por melhor que seja o hospital, e ainda bem que podemos pagar um convênio que nos dê isso, a única coisa que a gente quer é estar na nossa casa.

Então me lembrei de amigas que tiveram seus bebês em UTI quando nasceram, em outras que passaram por sustos assim, e também pensei em tantas outras mães que nem conheço mas que suportam essa situação, de ver um filho doente e que fazem de um hospital uma segunda casa, seja por pouco tempo, seja por muito, em casos mais graves, e fiquei assim com uma grande angústia, pois essa impotência é muito pesada.

Depois que a gente é mãe, passa a se emocionar com notícias sobre crianças, e criança e doença não deveriam ser conjugados na mesma frase.

Também me lembrei da mãe de uma amiga que me disse que depois de passar pela doença com a filha, tinha se posto em segundo plano, e nunca mais tinha conseguido ser vaidosa como era antes. Sim, porque depois que a gente vê um filho doente, a gente percebe que nada é mais importante do que vê-lo saudável, disposto, inteiro. Nada mesmo.

Então esse post é pra desabafar, mas também pra homenagear todas nós, guerreiras que somos ao passar por essas situações e sairmos delas vivas. Traumatizadas, mas vivas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Todos dormem?

Quando meu primeiro filho era bebê, o sono dele era muitíssimo complicado (entenda-se: ele dormia no máximo 2 horas e 1/2 seguidas...) e cheguei até a falar para o pediatra: se mais alguma mãe na sala de espera me disser que o bebê dela dorme a noite inteira, sou capaz de dar um soco em alguém!

Agora, com meu segundo filho, nem posso reclamar tanto, durante a noite o sono dele é mais longo, mas continuo me deparando com bebês "perfeitos": não dão trabalho, dormem a noite toda desde o primeiro dia (e no próprio berço), não choram, ficam no carrinho sem reclamar...

Bom, então o "problema" deve ser genético, porque meus filhos dão trabalho, choram, e não passam o dia no carrinho sem reclamar. Falando com uma prima que tem bebê pequeno, ela me disse que ouve essas histórias fantásticas de bebês, de outras mães que encontra por aí. Então deve ser genético, mesmo, porque só os nossos dão trabalho...

E fico pensando: por que, então, tanto livro e dicas em sites de como fazer o bebê dormir, já que todos dormem, menos os meus? 

Conversando com outra mãe, de 3 meninos, ela me disse: "Ana, isso é mentira. O pessoal exagera, não conta tudo."

Então eu penso: será que hoje a imagem de mulher perfeita é tão forte, que transferimos isso aos filhos? Não basta que a gente faça tudo da melhor forma: nossos filhos também devem parecer sem defeito aos olhos dos outros? Não é aceitável se queixar do trabalho que dá um bebê? Precisamos nos mostrar a mais satisfeita possível para as pessoas? 

De qualquer forma, fica aqui meu registro: se você tem um bebê que dá trabalho, ou já teve, bem vinda ao clube!


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sem tempo pra nada que não seja útil

Vida de mãe "fresca" é meio que tudo igual: fralda, mamar, choro, sono, muito sono. E se já tem um filho mais velho, então tempo é algo mais em falta que tudo. Desse jeito, estou há praticamente 3 meses sem acessar direito a internet, e quando acesso, é muito rápido, muitas vezes sem conseguir nem responder àqueles que me escreveram...

Mas também me fez questionar o quanto de besteira se lê, o quanto de tempo se perde, quanta coisa inútil, que, muito obrigada, fiquei sem e sobrevivi muito bem.

E acho que isso não aconteceu só comigo, porque muitos amigos não publicam mais nada, também parecem offline, apesar de não terem bebês novinhos para cuidarem. 

Espero conseguir retomar o acesso aos poucos, conseguir escrever - e ler, porque, é claro, também tem coisas boas, como saber de pessoas que há muito não vemos, ou que pela distância nos enchem de saudades.

E, se o tempo é raro, e estamos mais experientes, vamos selecionando melhor onde usá-lo.