quinta-feira, 17 de março de 2011

A TV nos deixa burros? Ou emburrecemos a TV?

Vi um filme alemão chamado Reclaim your brain. Os mais antenados já devem ter visto, pois nem é novo (2007).

O filme conta a história de um produtor de TV que se conscientiza das porcarias que anda produzindo e que dão tanta audiência. Por isso, resolve manipular os índices de audiência para que os canais comecem a oferecer programas inteligentes.

Adorei o filme. E eu adoro TV. Não posso querer bancar a culta, que só assiste Discovery e National. Até assisto esses canais, quando meu marido está com o controle. Sou praticamente viciada em TV. Assisto jornais, filmes, séries, novela, documentários, e até alguns realities. Admiro a nobreza intelectual daqueles que dizem não gostar de TV, daqueles que se recusam a ver jornais. Só não consigo mesmo assistir a programas de auditório. Sinto vergonha dos que apresentam, dos que estão no palco e também na platéia. Acho que a programação de domingo nos canais abertos é uma punição para os que ficam em casa.

Em certo momento do filme, o personagem coloca a seguinte idéia: não é o povo que gosta de porcaria. Os canais é que massacram o povo com tanta porcaria, que aquilo passa a ser o normal, nivela-se por baixo.

Será que somos tão manipuláveis assim? Nos oferecem aquilo que queremos, ou apenas optamos dentre o que temos à disposição?


3 comentários:

  1. Oi Ana, antigamente acreditava que era uma via de duas mãos - programas ruins só existem porque tem púplico para isso e vice e versa.
    Mas atualmente concordo com a idéia do filme e acredito que os canais mais "intelectuais" dão pouco ibope pois sequer são muito divulgados na mídia e pertencem a televisão de assinatura (na qual a maioria da população não tem acesso). Ou seja, os canais abertos massacram a população com programa ruim pois tem baixo custo e essa população não tem opçao melhor na tv.

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  2. Nossa! Este post é perfeito. A programação de domingo na TV aberta realmente é algo sem comentários. E às vezes nem a TV por assinatura salva...
    Eu concordo com o que disse a personagem do filme sobre os canais nivelarem por baixo; mas às vezes tenho dúvida sobre o povo não gostar de porcaria.
    Instintivamente acabamos sendo atraídos por fofocas, boatos, desgraças e coisas bizarras: a maioria quer parar para ver o acidente de trânsito, principalmente se tiver vítimas; se zapeando, encontrarmos uma cena bizarra, paramos no canal pelo menos para saber do que se trata.
    Porém, poderíamos sim ter programas com mais qualidade se estes fossem oferecidos em abundância e gratuitamente. No Rio de Janeiro, temos a TV Brasil, com ótimos programas para todas as idades, mas os outros canais são em maior quantidade, ou seja, tem mais porcaria que qualidade sendo oferecida. Isso pesa na disputa...
    Uma ótima discussão!

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  3. Acredito que não dá para generalizar ou ficar apenas com uma das opções.Tem público ruim para programas piores ainda e programas que valem a pena e aos quais nem todos tem acesso. Aos mais bem informados ou àqueles que tem uma tv por assinatura poderiam e deveriam selecionar melhor o que permitem que entrem em suas casas através da telinha.Quanto à "punição"da programação aos domingos é realmente um fato. Como já foi comentado, a maioria da população fica à mercê dessa programação que nada acrescenta ao espectador.Esses, menos favorecidos economicamente, nem percebem que estão sendo manipulados e muitas vezes ligam a televisão por ligar e deixam o programinha rolar, nem prestam atenção ao que está acontecendo, parece que o fazem por hábito.Resumo da ópera: algumas pessoas são manipuláveis sim.Outras mais conscientes, mais seletivas, mais bem informadas, escolhem o que ver, ouvir e até formar opinião, como no caso desse filme que vc. mencionou. O problema, se é que é problema, não é a TV., mas quem está diante dela e, muitas vezes, nem cultura suficiente tem para saber o que vale ou não a pena ser assistido.Apenas mais uma observação: ter Tv por assinatura não significa obrigatoriamente que a pessoa não seja manipulável, apenas deixa evidente que sua condição financeira proporciona essa facilidade. Ficou meio confuso o comentário... mas dá para entender (?)

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