domingo, 8 de maio de 2011

As mudanças boas (e as que não queríamos)

Um fato inquestionável depois de ser mãe é o quanto mudamos.

É claro que há mudanças positivas: passei a me alimentar muito melhor; quase nunca falo palavrões (e confesso que era capaz de formar uma frase completa só com eles); ao apresentar o mundo para meu filho, voltei a ver brilho em coisas simples, através de seus olhos.

Tantas coisas mudaram, milhares delas... Tenho certeza que todas nós temos mil exemplos, e nem precisamos fazer muito esforço para nos lembrar de algum.

No entanto, gostaria mesmo é de falar sobre o que não queríamos ter mudado. Será que se fizermos isso a culpa grudará em nosso pescoço, e sugará nossa energia? De qualquer forma, serei honesta sem pensar na patrulha.

Eu não queria ter que dormir e acordar em horários tão prosaicos; adoraria poder dormir tarde, acordar tarde; acordar cedo num domingo é triste... Também gostaria de comer besteiras de vez em quando, mas se estou em sua companhia, me sinto mal por não dar o melhor exemplo (apesar das refeições caseiras e nutritivas em 95% das ocasiões); queria conseguir equilibrar a balança entre trabalhar e ser mãe; não queria ter abandonado minhas saídas culturais, meus bate-papos adultos com amigos, sem falar de filhos; sinto falta de momentos de solidão sem pressa. Queria não sentir tanta culpa.

Enfim, há mil coisas que não queria ter mudado, mas não estou reclamando. Porque a natureza é sábia demais, e para superarmos inúmeras renúncias e mudanças, só mesmo um amor desse tamanho, tão incondicional, tão absurdo, que só aumenta a cada dia. Sendo esse AMOR assim, realmente tudo se justifica. E mesmo quando acordamos cedo, ou não conseguimos ver um filme, ou não gastamos conosco, e sim, com eles, ainda assim, os dias são muito especiais. Porque a sensação que temos é que a nossa vida, antes dos filhos, não era completa.

3 comentários:

  1. Não existe o bom sem o ruim... neste caso temos sorte de ter um bom tão maravilhoso que compensa demais o ruim e só nas nossas horas de dramas é que ressaltamos isso um pouco mais... Fique tranquila, vc é normal ou então somos duas ETs...rs
    Bjs.,
    Carol

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  2. Absurdamente suspeita para falar do assunto! Talvez não pareça, mas todos as noites mal dormidas, todos os dias cansativos, todas as vezes que pedi aos céus pelos filhos e agora pelos netos,sei que valeram a pena! Algumas mudanças eu gostaria de fazer até hoje, mas ãlgumas são impossíveis de serem feitas e sem culpa nenhuma, digo que fiz o melhor que podia nos momentos que se apresentaram, como mãe,como companheira e como filha! Já reclamei muito, mas agora prefiro viver e estou achando e me achando bem mais feliz assim. Talvez tenha ficado alguma "meta" ( a palavra está na moda,não é?) sem ter sido cumprida, mas sou apenas uma mulher que ainda quer fazer do coração um lugar acolhedor para meus filhos, meus netos, minha família. Piegas? Talvez sim. Mas é assim que, hoje, posso dizer que sou feliz e devo muito dessa felicidade a cada noite que mal dormi de preocupação com meus filhos, a cada sorriso que eles me deram e ainda me dão, felizmente, e a ansiedade saudável, eu diria hoje, de ver meus netos crescerem e colher deles o fruto de cada passo meu num amor muito amor do que eu mesma imagino sentir! Mamani.

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  3. "Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
    Ser mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.bjos Bel

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