quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Guest post: Sem dramas

Hoje o post é da Convidada Sueli! O perfil de todas As Convidadas você vê aqui.

Escrever para mim sempre foi um desafio, mas escrever no blog de uma pessoa de muito apreço, apesar da insegurança, é um prazer. Então...

A maioria das mães com que convivo deixou seus empregos para se dedicar à educação de seus filhos. Uma decisão corajosa que admiro muito. Não tive a mesma oportunidade, por vários motivos, principalmente o financeiro. E, nesta toada, resolvi assumir minhas responsabilidades sem culpa.

Minha mãe também trabalhava fora, criar seis filhos não era uma tarefa fácil. Meus pais vieram do Japão, trabalhavam muito, então tive que ter responsabilidades cedo na vida. 

Tive uma educação totalmente oriental (ou seja, rígida). Lembro-me de uma palavra em japonês (ATARIMAI) que ouvia diariamente de meu falecido pai. Toda vez que, feliz da vida, mostrava o boletim para ele, ele respondia: "ATARIMAI NÉ!". Essa pequena palavra quer dizer "você não fez mais do que sua obrigação". Hoje soa meio estranho, mas agradeço até hoje o fato de tê-la ouvido tantas vezes, e significa muito para mim.

Lembrei inclusive de um texto de uma jornalista e escritora que admiro, Eliane Brum, chamado Meu filho, você não merece nada. Forte né? Mas vale muito a pena ler! Compartilho de sua opinião (o título não, mas o texto sim, na íntegra). Tento criar minha filha para o mundo, e um mundo de verdade. Estou em constante aprendizado, mas lembro-me muito da minha infância. Ter consciência cedo fez-me independente e tento mostrar à minha filha que temos “obrigações” em todas as etapas da vida. E mesmo sendo uma criança, ela tem sua parcela de responsabilidade perante a sociedade.

Assim como eu, minha filha cresce sem a presença total (100% do tempo) da mãe em sua vida. Tento deixá-la resolver seus problemas, que se resumem em relacionamentos com os amigos e o estudo. Percebo que minha ausência deu a ela certa “maturidade e independência”. Quanto ao “ter”, digo sempre que temos o necessário para vivermos bem e que isto basta para nós. Sinto que ela é feliz desta forma. Materialmente ela tem bem menos que os amigos, mas nunca fez uma comparação sequer. Temos uma vida tranquila,  onde há compreensão e cumplicidade entre as partes, e é claro que para tudo acontecer, conto com um amigo e companheiro que muitas vezes faz o papel de mãe também. E que participa ativamente de sua educação!

Sueli Issaka, designer gráfica e ex-workaholic, adora curtir as coisas simples da vida! Se quiser falar comigo, escreva para sueliisaka@uol.com.br.

Meu pai e eu!

Um comentário:

  1. que lindo, tocante e forte, assim como voce! Parabens, lindo seu depoimento.

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