Foi aquilo mesmo que aconteceu: as idéias de roupas começaram a vir, sem parar, não só de modelos, mas de tecidos, detalhes, cores...Nossa, realmente comecei a acordar de madrugada, não conseguia nem mais ler um livro ou fazer outra coisa, era só nisso que pensava.
Então fui me aconselhar com pessoas experientes do ramo, que também estão na minha vida por outros motivos e são muito importantes para mim (família a gente também escolhe, né?), e o conselho que recebi foi: saia fora, confecção é ramo para loucos, continue estudando para os concursos, que é muito mais garantido e seguro.
Aí, falei com minha mãe, que disse: “Tente, você não vai conseguir estudar sossegada sem ao menos tentar, faça algumas coisas, venda, veja como fica. Se não der certo, ao menos você sabe que teve a iniciativa. Sei que é clichê, mas realmente nesses casos a gente deve se arrepender do que não fez...”
Sabe, eu sempre tive muitos problemas com minha mãe, e até hoje os tenho, mas posso dizer que ela amadureceu nos últimos tempos (eu também, é claro) e tem assumido mais seus próprios erros, tentado fazer menos drama, e isso tem nos aproximado. Sempre senti muita falta da “mãe”, porque ela nunca foi de dar colo, puxar a orelha, ela sempre foi aquela mãe “amiga”, que ao invés de aconselhar começa a contar sua própria história, mas hoje acho que sou mais paciente, também aprendi a reconhecer que fui uma filha difícil e ainda sou, nunca somos vítimas de nada. Ela sabe que quando acontece algo comigo, eu corro para ouvir seus conselhos, mesmo que eu não os siga, mas às vezes os sigo e dá muito certo.
Então, quer saber? Estou arriscando! Não sei até onde isso vai me levar, mas estou fazendo. Não precisamos fazer grandes investimentos, pois minha cunhada já tem as máquinas, e não vamos vender para lojas, eu mesma estou sendo a vendedora, um negócio porta-a-porta mesmo, sem glamour, para ver a reação da mulherada. Até agora, estou feliz da vida!
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